quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pais, Filhos e a Igreja Segunda parte


ser transferida a outra pessoa que desempenhe este papel: avós, tios, ou, em último caso, uma instituição estabelecida pela sociedade (orfanato). 
Por que a missão de educar filhos não pode ser delegada? Porque dentro da normalidade os pais são as pessoas que possuem a melhor e maior relação de confiança nos primeiros anos de vida de um indivíduo. Com base nesta relação de confiança a instituição família torna-se um laboratório onde todos os ensaios para se produzir um cidadão responsável é levado a efeito. 
Dentro da família é que se aprende o que é autoridade e responsabilidade. No seio da família é que se aprende e se desenvolvem as relações humanas, tais como fraternidade, amizade, confiança, respeito, afetividade, etc. 
Como os pais possuem a melhor e maior relação de confiança, também são eles os mais indicados para apresentar o evangelho de Cristo às crianças durante o processo educativo. Portanto, é salutar que os pais não apresentem aos filhos um Deus vingativo e rancoroso. Frases do tipo: “– Não faça isto porque papai do céu não gosta! Ou, - se você fizer isto, Deus castiga!”, não reflete a verdade do evangelho e causa um prejuízo enorme a compreensão da criança. 
A relação que o evangelho estabelece entre Deus e os homens se pauta pela confiança e fidelidade. É possível confiar em alguém rancoroso e vingativo? Não! Ora, como é possível um jovem confiar em Deus, se o que lhe foi apresentado não condiz com a verdade do evangelho? 
Os pais precisam demonstrar aos filhos que alguns comportamentos não são tolerados porque efetivamente o pai e a mãe desaprovam. Que tais atitudes são proibidas efetivamente pelo pai e pela mãe. Que tal comportamento é pernicioso e toda a sociedade também desaprovam. 
Não apresente para seu filho um Deus rancoroso, nervoso, que está pronto a castigá-lo diante de qualquer erro de conduta. Tal comportamento por parte dos pais demonstra claramente que estão fugindo de sua responsabilidade como educador. 
Educar os filhos estabelecendo uma relação de medo, tendo Deus, a igreja, o pastor, o padre, o diabo, o inferno, a polícia, boi da cara preta, etc., como algozes ou elemento de punição, acaba por produzir homens que não respeitam as instituições e desprezam os que exercem autoridade. Este tipo de educação estabelece o medo em lugar do respeito, pois a relação de confiança não é estabelecida. Quando o medo passa já não há mais motivo para obedecer. 
Os pais que agem desta maneira ao educar os seus filhos têm sim sua parcela de culpa no desencaminhar dos filhos. A igreja também tem o seu quinhão, pois deixou de apontar os pais como únicos e legítimos responsáveis pela educação dos seus filhos. O estado também é culpado, pois assume o papel de educador, quando na verdade, é somente veículo de transmissão de conhecimento...

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